quinta-feira, 29 de julho de 2010

Há muita gente no Brasil que, por diferentes motivos, não suporta o chamado "esporte bretão"

COMENTÁRIO DESTE BLOG: Esse famoso médico e escritor acabou fazendo o que a mídia deveria fazer, tomar conhecimento da existência de muita gente que não está nem aí para futebol, em copa ou fora dela.

Se a mídia se auto-rotula de "democrática", até mesmo se considerando dona da democracia, deveria respeitar também quem não curte o esporte, pois ninguém é obrigado a se divertir da mesma maneira que milhões de pessoas.

Lazer é uma coisa muito pessoal e se diz a busca do prazer. Se você não sente prazer no futebol, não deveria nem tentar se divertir com ele. Pois, diversão é prazer e se você não sente prazer, não está se divertindo. E com uma variedade enorme de atividades de lazer e esportes, para quê ficarmos no monopólio do futebol? Que chato!

Odeio futebol

19/06/2010 20h10min - por Moacyr Scliar - site Donna DC

No Brasil, o futebol é uma paixão nacional. Por causa disso, tendemos a pensar que todo mundo gosta desse esporte.

Pois não é bem assim. Em busca de opiniões a respeito, contra ou a favor, ocorreu-me entrar no Google e digitar duas palavras: "Odeio futebol". Façam isso, e vocês obterão nada menos de 288 mil referências. Ou seja, há muita gente que não é exatamente fã do chamado esporte bretão. E essas pessoas chegam até a se associar para expressar seu desagrado. Descobrimos que Odeio Futebol é o nome de uma "comunidade criada como resposta à Ditadura Futebolística aonde (sic) somos bombardeados diariamente e principalmente nos finais de semana, elevando (sic) a qualidade televisiva a um grande lixo. Somos obrigados desde o nascimento a gostar de futebol, se não gostamos somos excluídos.

Dizer que futebol é patrimônio do Brasil é uma grande imbecilidade, o patrimônio deveria ser a Educação e a qualidade de vida. Chega de Pão e Circo!" E a proclamação termina com uma frase de Millôr Fernandes: "O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia". A comunidade "Odeio futebol" nos faz lembrar a Liga Contra o Futebol, fundada pelo grande escritor Lima Barreto em 1919. Para ele, o esporte era coisa do colonialismo inglês, uma atividade racista (de fato, jogadores negros foram eliminados da seleção que em 1921 foi jogar na Argentina).

Num blog, o autor lista os 10 motivos pelos quais odeia futebol. As regras são complicadas demais, 90 minutos é muito tempo, aborrece-lhe o fato de associar um esporte à brasilidade; e, ah sim, não gosta do Galvão Bueno. Mas lá pelas tantas confessa as verdadeiras causas de seu ódio: "Sou um perna de pau convicto, sempre fui o último a ser escolhido, nunca fiz um gol bonito." Ou seja: frustração pura e simples.

A mesma franqueza anima Cristiana Soares, carioca, jornalista e escritora. Em seu blog ela diz: "Invejo os homens. Não pelo pênis, mas porque eles não têm angústia. Eles têm o futebol. Você já viu um homem na frente de uma TV assistindo a um jogo? Eu não só vi, várias vezes, como tentei passar na frente. Entre ele e a tela. Nua. Tudo bem, só de calcinha, vai. Rebolei pra cá, rebolei pra lá. E nada. Espelho sem aço. Mulher invisível. Ele jogava os ombros para um lado e para o outro, cabeça para cima, para baixo, só me driblando, enquanto os olhos permaneciam fixos como os de um hipnotizado. Ai, como eu invejo os homens. Eles têm onde canalizar a agressividade. Enquanto nós gritamos histericamente, falamos sem parar, contamos tudo o que aconteceu com a gente durante o dia, a raiva que temos do nosso chefe, a vontade de mandar tudo à merda, eles não despendem energias com picuinhas do cotidiano.Chegam em casa, tomam um banho, vestem a camiseta com furinhos, sentam no sofá, suspiram felizes e sintonizam no sei-lá-quem versus sei-lá-quem-mais. Pra que se preocupar com as agruras do mundo?"

Boa pergunta. Claro, a Cristina esqueceu as agruras do futebol, que não são poucas. Mas isso é assunto para outro blog.

Agradeço as mensagens dos Drs. Franklin Cunha, João C. Prolla, Eduardo Colman, Werner Paul Ott, Luiz Carlos C.Lima, de Helder P. Mayer, Jaime virski, Valderi Silva, Mauro Duarte, André Coimbra, Alberto Oliveira, Luciano Sheikk, Gabriela Cantergi, Antônio D.Benetti. Acerca do texto que escrevi na página 2, sobre o incidente envolvendo soldados israelenses e a flotilha que ia para Gaza, recebi numerosas mensagens, entre as de Judite Dietz, Pedro e Matilde Gus, Miguel Gus (a família Gus brilhante e atilada como sempre), Márcia, Orlando, Mauro Horowitz, Julio Mariani, Jorge Alberto Escosteguy, Vilson Cadore, Abrão Slavutzky.

Leitores brilhantes não faltam para este colunista.

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