sábado, 26 de junho de 2010

A diferença de patriotismo e patriotada

COMENTÁRIO DESTE BLOG: O amigão Bruno Melo escreveu este texto para o seu excelente blog. Ele tem uma ótima visão de mundo e sabe observar o que acontece na atualidade e em outras épocas também.

Detalhe: ele só tem 15 anos, mas é de uma maturidade surpreendemnte. Pessoas como ele que possuem a capacidade de fazer algo para melhorar este planeta.

A diferença de patriotismo e patriotada

sexta-feira, 25 de junho de 2010 - pro Bruno Melo no blog Cultura Alternativa

O brasileiro fanático, imensa maioria da população, que em época de Copa do Mundo também aumenta para mulheres e pessoas que não gostam do esporte, vê o futebol como "patriotismo". Acha que pelo menos durante o Mundial, é nossa obrigação valorizar o futebol de modo superior ao merecido. Quer que demos ao Wagner Love o Prêmio Nobel da Paz.

Este brasileiro é hipócrita! Confunde patriotismo com patriotada, e se ilude com isso. Antes fosse as duas coisas, mas não; o brasileiro inverte as posições. Fala mal do governo, dos políticos, do péssimo atendimento médico, da má qualidade do ensino, mas de quatro em quatro anos veste a carapuça do amor à pátria, falando que tudo é lindo, maravilhoso. Lança mão da patriotada, abre mão do patriotismo.

Patriotismo é sonho, desejo, utopia. É amar o país, e isso inclui otimismo, sim. Tanto o otimismo para com as belezas que apresentamos, como o otimismo de reconhecer os problemas que temos e querer mudá-los.

Já patriotada implica numa fé e esperança cega, mentirosa, ilusória. É acreditar na perfeição até mesmo na desilusão, no mendigo, na marginalidade. É fechar os olhos para o que nos rodeia, mentir para nós mesmos. É chegar ao cúmulo de pensar que são os jogadores a "redenção", a "salvação", e a bola, a "cura".

Talvez quando a partida fosse encerrada com um apito, este brasileiro iria para sua casa, veria-se sem comida, sem emprego, sem roupas e até mesmo sem casa. Talvez ele olharia para os problemas do país, personificados nele. Talvez. Mas muito provavelmente ele iria para um baile, para um bar ou fazer um "televizinho" - como nos tempos em que todos viam televisão na casa dos poucos privilegiados que tinham uma. Assim, saberia do próximo dia em que a Seleção Brasileira entraria em campo, com seus heróis sagrados lhe garantindo a revigoração de sua auto-estima.

Postado por Bruno Melo às 14:47

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