
Na "Super" encontrei uma matéria que diz que esporte deforma caráter. Infelizmente para nós (e felizmente para a Rede Globo e o povinho hipnotizado por ela), não consegui encontrar a matéria na internet (censura?) para postar para vocês e nem estou com a revista nas mãos (li numa sala de espera).
A opinião pública acredita na utópica ideia de que esporte desenvolve caráter e educa. Associa os esportes a valores elevados e costuma se comover quando atletas choram nas competições. Francamente, atleta chorar nas competições é uma contradição e sinal de fraqueza humana e personalidade de bocó. Não me comovo com patetas fortalecidos. Me comovo com sofredores de verdade, gente que não tem apoio de ninguém. Apoio que sobra para qualquer atleta, por mais difícil que venha.
Dizer que esporte é cultura faz até sentido, pois atividades esportivas, assim como a religião estão muito ligadas aos hábitos e costumes de seus lugares e ajuda a fornecer conhecimento, mesmo que seja apenas através de suas regras. Mas dizer que esporte educa e forma caráter, são outros quinhentos.
O que esses românticos sonhadores insistem em esquecer é que atividades esportivas estão intimamente ligadas à COMPETIÇÃO. E Competição envolve EGOÍSMO, já que "se eu quero vencer, outro terá que perder". Como formar um caráter de uma pessoa estimulando essa pessoa a querer passar a perna na outra para vencer. Competições sinalizam que benefícios não estão sendo repartidos. É o nosso resquício do mundo animal. Nos mundos evoluídos, com o fim do egoísmo, as competições desaparecerão. Mas como ainda vivemos num mundo atrasado (as notícias nos mostram muito sobre isso), ainda vamos ter que engolir muitas competições. Muita gente arrancando o sangue de outro para poder vencer.

Muitas produções americanas mostraram esse lado perverso dos esportistas. O filme Revenge of The Nerds, mostra os integrantes da fraternidade Alfa-Beta, atletas, que humilham os mais fracos da turma, rotulados pejorativamente de Nerds (bobocas, em tradução aproximada). Os nerds acabaram assumindo esse rótulo como meio de se unirem em um grupo para se defenderem dessas humilhações, conhecidas como bullying. Eu tenho características de nerd, me assumo como tal e fui vítima de bullying, na infância e na adolescência. Até hoje pago um preço caro por isso, apesar de não sofrer mais bullying. Hoje só sofro desprezo.
Mas o bom mocismo atribuído pelos brasileiros aos esportistas dificultam ainda mais a defesa dos nerds no Brasil, país latino que valoriza machos viris e agressivos, mas atribuindo rótulos de bondade aos mesmos. E a patética cena dos esportistas chorando quando recebem um troféu, mostra uma mistura de hipocrisia com fraqueza de personalidade. Cadê a truculência tão presente no "caráter" desses esportistas? Claro que nem todos os esportistas são truculentos. mas o que não são têm muita força de vontade para se manterem calmos e altruístas, pois o ambiente onde estão favorece a aquisição da truculência e do egoísmo na personalidade dos atletas.
A solução é que todos os esportistas tenham acompanhamento de psicólogos e psiquiatras para manter o equilíbrio da auto-estima para que não se sintam nem melhores e nem piores que os outros e que evitem algo que acontece em ambos os casos que os faz passar a perna em qualquer concorrente e humilhar todo aquele que eles julgam injustamente como "inferiores".
Agora vejam como os esportistas truculentos se comportam quando observam alguém que eles julgam inferiores, como os nerds:
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