terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Porque todos endeusam os jogadores de futebol?

A exagerada importância que deram ao episódio da chegada do jogador Ronaldinho Gaúcho a um clube brasileiro mostra que a futilidade do esporte está cada vez mais forte, em tempos de decadência cultural, consumismo e desprezo por tudo que for cerebral e útil. O povo quer mesmo e bandalheira, farrear com o inútil.

O que esse distinto senhor fez pelo país? Nada de importante. Título no futebol? A "seleção" de nosso país é a que mais ganhou títulos e vemos a qualidade de vida de nossa população na mesma. As poucas conquistas nada tem a ver com futebol. Tem que ser muito analfabeto, quase irracional para achar que o Brasil só se desenvolve por causa do futebol. É o mesmo que dizer que um automóvel só vai andar se eu der um espirro. O futebol nada faz pelo país a não ser reforçar a imbecil crença de que somos um povo otário que coloca a fútil diversão acima de qualquer necessidade.

A maioria dos jogadores tem baixo nível intelectual. muitos só aprendem as coisas durante a carreira, com ajuda de educadores contratados por cartolas. A maioria aprende apenas o suficiente para se portar diante dos ricos, mantendo os mesmos gostos e hábitos farristas dos tempos de favela. Muitos até constroem "réplicas" de favelas dentro de suas caríssimas mansões, entupidas de inutilidades, apenas para ostentar riqueza.

Nem todos os jogadores são assim. Rogério Ceni é um dos poucos que demonstram equilíbrio, inteligência e classe nesse mar de farristas. Kaká não pode ser considerado exceção porque crentes são um tipo de farristas controlados e ainda tem a inteligência freiada pelos absurdos dogmas de sua religião.

Em outros tempos tivemos gentlemen da bola como Júnior, Casagrande, Sócrates (que tem nome de filósofo e diploma superior de médico) e Raí, que sabem falar em público, possuem bom gosto e nunca se metem em escândalos. Mas infelizmente eles nunca são regra no esporte.

Mesmo assim, todos são tratados como se fossem os tais. Só porque correm atrás de uma bolinha. Como se jogar a redonda em uma trave pudesse melhorar a vida dos brasileiros. Pelo contrário: fortalece uma ilusão infantil, uma fuga da realidade que só ajuda a nos lembrar, após acordarmos dessa ilusão, que vivemos em um mundo injusto: uma ditadura da bola.

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