sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A copa de 2014, a olimpíada de 2016 e as enchentes de 2011: tudo a ver



Com certeza, foi uma grande imaturidade das autoridades em querer realizar a copa e a olimpíada aqui no Brasil. É bom realizar esses eventos em épocas de prosperidade plena. Mas não é isso que vivemos agora, ainda mais em tempos de possível crise e que poderá até faltar alimentos.

Mas a natureza resolveu dizer "não!" à realização desses eventos da pior maneira, através das tragédias de enchentes e do pouco falado tornado (tipo de furação) que causou destruição em localidades do Estado do Rio de Janeiro e em outras partes do país. Pelo jeito as orações feitas pelos religiosos alienados para que Deus ficasse a favor das supérfluas copa e olimpíada não adiantaram. Deus gosta da lógica, invenção dele e parte prática de suas imutáveis leis.

Essas tragédias escancaram a incompetência das autoridades em preparar nossas cidades à uma infra-estrutura exemplar que servisse para o bem estar e toda a população, não dos amiguinhos ricaços que são "Best Friends Forever" das autoridades (não é, Huck, brother Aécio?).

Mas como o povo do Brasil é um povo carneirinho, nada exigente, confiante demais em lendas, promessas mirabolantes e ainda por cima, gosta de imitar os outros em ideias e preferências, a maioria parece muito feliz com a realização desses eventos, sem medir gastos e prever consequências.

havia falado dos problemas que poderão vir com os homéricos gastos dessa decisão irresponsável de realizar esses eventos. Mas ninguém quer saber, igualzinho o que aconteceu na Guerra de Troia, quando uma "Zé-Ninguém" como Cassandra, tentou alertar a todos sobre os malefícios que viriam escondidos com o belíssimo Cavalo de Troia e por causa do deslumbre hipnótico da população com o famoso presente grego, não foi ouvida e aconteceu o que aconteceu: os soldados que vieram escondidos na bela estátua invadiram e destruíram a cidade, matando muita gente. Igualzinho o que vai acontecer no Brasil, com as devidas alterações.

As autoridades querem muito a realização desses eventos por vaidade própria, para "melhorar" a sua imagem perante as outras nações e tentar ficar para a História como realizadores de4sses grande eventos, além de lucrar bastante com eles (pensam que o dinheiro investido vai voltar para o povo?*). Como é que os políticos, tradicionalmente egoístas, iriam ficar do lado do povo de uma hora para outra? A grande vontade de realizar esses eventos traz um fedor muito estranho para se aceitar alegremente.

As tragédias causadas pela incapacidade do poder público em lidar com enchentes serviram para desmascarar as nossas autoridades, deixar evidente a sua incompetência e mostrar a todos que é um péssimo momento para se pensar nestes dois grandes eventos, que não passam de meras festinhas supérfluas, que servirão apenas para encher os egos de nossas autoridades e dos empresários patrocinadores e que nada de concreto trará para melhorar as condições de vida de nosso país, inclusive piorando em alguns aspectos.

E cada dia que passa me convenço que o Brasil é um imenso jardim de infância cheia de crianças deslumbradas esperando que Papai-Noel venha trazer o brinquedo tão desejado para ludibriar nossa população.

-----------------------------------------------------
* NOTA: É fato impossível o de que todo o dinheiro gasto voltará multiplicado para os cofres das cidades que realizarão os evento. Por mais otimistas que sejam as expectativas, para cada bilhão gasto, o retorno será de cerca de 1 milhão. Para se ter uma ideia, o retorno virá de gastos de pessoas físicas (turistas que virão para assistir aos eventos), que não gastarão como uma pessoa jurídica gasta. Observem como o dinheiro poderá voltar (se voltar):

- Os gastos por pessoas físicas serão baixos, pela pouca capacidade de gasto de uma passoa jurídica. Estimo que seja um retorno de cerca de 1 milhão para cada bilhão (muita diferença) gasto.

- As expectativas otimistas se baseiam na crença idiota de que os estrangeiros cultuam os esportes, sobretudo o futebol, como nós cultuamos. Os brasileiros superestimam o esporte, colocando-o como sinônimo de cidadania, educação, inclusão social e até dever cívico. Mas quem é evoluído intelectualmente, sabe que as atividades esportivas só tem finalidade lúdica e de melhorar a saúde física e que trazem dois graves defeitos embutidos: o culto à beleza perfeita e a competitividade, que estimula o egoísmo e a trapaça. O tipo de turismo desses eventos é específico e não geral (como quase todos pensam), o que fará com que apenas torcedores desses esportes cheguem em nosso país.

- Para poder realizar as obras para os eventos, as autoridades terão que cortar gastos em setores mais essenciais, como a saúde e a educação, esta última com certeza ficará mais prejudicada com estes cortes (povo burro é mais fácil de manobrar). Obras e serviços para manutenção e melhoria da segurança, dos transportes e da infra-estrutura que não estiverem relacionadas com os evetos também sofrerão cortes.

- Os lucros que vierem não irão para obras que favoreçam a sociedade e sim para o bolso das autoridades e para pagamentos de dívidas, sobretudo com a iniciativa privada.

Por essas e outras, ainda insisto em dizer que era melhor ter desistido de realizar tais eventos. O preço a ser pago depois é imensamente superior ao que todos poderão pagar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...