quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alexandre Figueiredo: copa de 2014 fez governo cortar verbas para concursos públicos

OBS: Eu já estava fulo da vida com a realização desta copa inútil que nada trará de bom para o país além de um enorme Cavalo de Tróia, que são essas obras todas, que parecem maravilhosas de início mas poderão mostrar-se perversas ao desligar dos holofotes, em 2015.

O povo todo está iludido com o evento maior de seu ópio maior que, hipnotizado com a transformação provisória do país, não consegue raciocinar sobre os (poucos)prós e os (muitos)contras da realização do mega-evento.

Pelo menos quem esperava conquistar a estabilidade profissional através dos concursos públicos já sofre as consequências da onerosa realização, bem antes mesmo do evento começar.

Realizar essa copa foi um grande ato de irresponsabilidade de nossas autoridades e um caríssimo preço será pago por isso em 2015. Como a corda arrebenta sempre para o lado do mais fraco, será a população, já bastante sofrida, que pagará esse preço. Não se sabe ainda como.

COPA DE 2014 FEZ GOVERNO CORTAR VERBAS PARA CONCURSOS PÚBLICOS

Por Alexandre Figueiredo

A vitória (roubada) da seleção brasileira de futebol na copa do mundo de 2002 foi algo pior do que se pensava.

Não bastasse aquela copa do mundo artificial, que mais parecia um videogame privativo do sr. Ricardo Teixeira, com aquelas partidas frouxas e todas parecidas como se seguissem um mesmo roteiro, previamente estabelecido pelos "cartolas" da FIFA.

Em 2002, os verdadeiros grandes times tiveram que "jogar pior" para abrir caminho para uma seleção brasileira despreparada, sem coesão, sem jogadas seguras nem competentes, que só ganhou as partidas mais pelas brechas tendenciosas dos adversários do que de qualquer esforço natural de jogada.

O jogo Brasil X Inglaterra foi sintomático. A seleção inglesa tinha tudo para ganhar o jogo. Foi orientada a não ganhar, a "jogar mal" no segundo tempo. Aquela vitória da seleção brasileira, nem de longe foi a do povo brasileiro, mas a vitória do PiG, dos "cartolas", das oligarquias, do latifúndio, das multinacionais instaladas no país, dos politiqueiros.

Taí, agora quem paga a festa são os brasileiros. Revelou-se que os cortes de R$ 50 bilhões no orçamento da União, anunciados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que atingirão os concursos públicos, inclusive nomeações de vários aprovados, não afetarão os investimentos para a Copa de 2014 e, da mesma forma, para os preparativos para as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.

Trata-se de uma péssima notícia, que transformará o país numa gigantesca comédia de erros. Afinal, foi por causa do "jeitinho brasileiro" do penta de 2002 que o Brasil foi escolhido sede para a copa do mundo de 2014, o que trouxe, junto com a escolha do Rio para sede dos jogos olímpicos de 2016, vários transtornos.

Os passageiros de ônibus cariocas já começam a se enrolar para pegar ônibus, devido à arbitrária padronização visual do prefeito Eduardo Paes. Imagine ir a um compromisso com prazo de horário e embarcar no ônibus errado, por causa da mesma pintura de consórcio e perder o tempo precioso. Transtornos assim nenhum bilhete único conseguirá compensar.

Há também a campanha do império da axé-music - controlado pelos riquíssimos empresários de blocos carnavalescos baianos - para que Salvador faça a abertura da copa do mundo de 2014, fazendo com que os estrangeiros sejam obrigados a tolerar a música de péssima qualidade que os medalhões da axé-music e do porno-pagode baianos vão tocar no evento.

Imagine que, no Brasil popularesco, um jovem cidadão comum não pode ter uma mulher do mesmo nível de beleza e inteligência de uma Márcia Peltier, privilégio do "cartola" olímpico Carlos Arthur Nuzman (um ex-jogador de vôlei que veste como se fosse banqueiro), mas marias-coitadas que existem aos montes nas plateias de sambrega e breganejo, ou as tais popozudas, estas com ex-namorados ou ex-maridos roendo de ciúme rancoroso e, mal digerindo as relações encerradas há um bom tempo, têm até gangue para espancar qualquer pretendente que for visto ao lado da ex.

Junte-se a isso a frustração de muita gente que deseja ter um emprego estável de esperar um ano para que algum novo concurso seja feito, ou, no caso de quem foi aprovado, ver o concurso perder validade sem que qualquer convocação ao trabalho seja garantida aos pobres cidadãos.

É de uma sensatez cortante a frase que o ator Robin Williams disse, numa entrevista de tevê, de que Chicago tinha Michelle Obama e Oprah Winfrey para fazer campanha pela sede das Olimpíadas, e o Rio de Janeiro vinha com strippers e "pó".

Mas o Brasil politicamente correto se sentiu ofendido com tal piada. Sobretudo a "galera" que consome "pó" e cultua popozudas naquilo que eles chamam de "baladas", que são uma espécie de raves provincianas e datadas.

Se bem que Madri seria a cidade ideal para sediar os jogos olímpicos de 2016. De longe, a cidade estava previamente preparada para o posto, mas os "cartolas" não estavam aí com a razão e preferiram escolher um Rio de Janeiro que, somente em última hora, tenta combater a criminalidade e lança mão até da corrupção policial para criar UPP's às pressas. E a criminalidade ainda não é combatida de forma ideal ou eficiente, apesar dos mornos avanços.

Enfim, o Brasil prefere a festa do que a qualidade de vida. Acha que a festa trará mais dinheiro, mais empregos e, com isso, mais justiça social. Mas para quem confunde justiça social com consumismo, não é bom levá-los a sério.

Afinal, como sempre vemos no comportamento de nossas elites e de nossos políticos, os dois eventos esportivos só vão gerar despesas e um violento déficit público. Na melhor das hipóteses, o faturamento só corresponderá a 16% do valor a ser investido, direta ou indiretamente, em relação aos dois eventos. E, desses 16%, é muito provável que nada mais do que 1% (talvez bem menos) seja repassado para a sociedade.

Essa não é uma visão pessimista. É uma visão realista. Vide o que já registra a História de nosso país.

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