segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Futebol: o grande freio-de-mão para a evolução social do Brasil

O povo brasileiro talvez não saiba, mas tem uma má fama lá fora. Somos considerados integrantes de um povo bobo, infantilizado, que só que se divertir e coloca a diversão acima de qualquer coisa. os grandes eventos que estão para acontecer ao nosso país ajudam - e muito - a confirmar isso.



O futebol é inclusive a nossa marca registrada. Para os brasileiros, a importância do futebol vai muito além de uma forma de diversão: é a razão de ser do brasileiro. Como se o brasileiro não fosse considerado como tal sem o futebol. Para muitos, é essencial ter um time "do coração" é tão importante quanto ter um CPF ou um RG. Para muitos amar um time é mais importante do que amar as pessoas. Matam e morrem por causa de jogadores que não estão nem aí para seus fanáticos admiradores.



Ah, mas aí vão dizer: "Ah, mas é o que faz o nome do país se destacar lá fora". Sinceramente gostaria de saber que um país imenso como o nosso é valorizado por sua diversidade, por várias coisas que tem de bom e não por uma - apenas uma - "qualidade", ainda mais fútil como o futebol. Aliás, monopólios não combinam com um país tão diverso como o nosso. Diversificar deveria ser a palavra de ordem. Não dá para valorizar ou ser valorizado por uma coisa só.



A importância dada ao futebol é tanta que em tempos de copa, o citado esporte é confundido insistentemente com o sentimento de patriotismo. Chega-se a parar o país, largando serviços essenciais por causa de um joguinho que não leva a nada. Como se a conquista de um mero campeonato fosse mudar a vida de nosso país. Mudar? Só se for para pior.



E uma sucessão de absurdos aparece por causa desse culto infantil que é dado ao futebol. Os jogadores por exemplo. Eles são vistos como "heróis", excessivamente admirados, nunca são responsabilizados por uma derrota e se dão o luxo de viverem como magnatas sem terem sequer o primeiro grau completo.



Essa supervalorização desses inúteis "heróis" é um total desestímulo à educação num país onde intelectuais são considerados gente chata e o hábito de ler bons livros é desestimulado, tanto por pressão da mídia, como pelos caros preços dos livros.



Pelo jeito, correr atrás de uma bolinha e chutar para uma trave com rede é considerada a maior qualidade que um ser humano pode ter, pois a influência que os jogadores de futebol exercem para a sociedade brasileira é enorme.



E o seu enriquecimento fácil, que faz pular da classe E para a A sem escalas e sem pegar em um livro, acaba gerando uma versão aberrante - leia-se monstruosa - do novo-rico. Jogadores que compram mansões caríssimas na Europa para construírem miniaturas de uma favela dentro da cada uma e tocando as mesmas músicas horrorosas que estamos cansados de ouvir no rádio e ver na televisão. Isso junto com as gírias imbecis e dancinhas tolas.



E não adianta colocar jogadores de futebol para participarem de campanhas filantrópicas, de fazê-los criar Ongs de filantropia, etc.. Não é função de jogador de futebol. Isso é forçar a barra. Ao invés da sociedade admirar quem realmente luta pela melhoria social, como os intelectuais, prefere continuar cultuando os jogadores com aquele papo de "vejam, ele também ajuda as pessoas". Forçamento de barra que não vai ajudar em nada a evolução sócio-econômica e intelectual de nosso país.



Para tudo por causa de futebol



O povo brasileiro coloca o futebol acima de tudo. É incapaz de largar um jogo "importante" para fazer algo de útil. Qualquer coisa que não seja futebol é adiada em horário de jogo. Para a sociedade, dar atenção a analfabetos que enriquecem fazendo a única coisa que sabem fazer: correr atrás de uma bolinha e chutá-las ao gol.



Prestem bastante atenção no que eu disse: correr atrás de uma bola e chutá-la ao gol. O que isso tem de útil para o desenvolvimento do país. Ah, "traz felicidade". Mas não é só o futebol que "traz felicidade". Felicidade se consegue com benefícios concretos. Se alguém se acha feliz só por causa do futebol, com certeza é uma pessoa infeliz e tem um problema bem grave em sua vida que nunca consegue ser resolvido. Nesse caso, o futebol serve como narcótico, instrumento de "fuga".



O futebol seria válido se não fosse encarado com tanta seriedade. Mas infelizmente é. Influencia muito a vida das pessoas, quase como uma hipnose. Anestesia e hipnotiza de tal forma que fica quase impossível fugir. E quando alguém que está fora dessa hipnose tenta "acordar" os hipnotizados, este se irrita e xinga quem o "acordou".



Futebol é apenas um lazer, uma diversão. Foi criada para isso. Quando Charles Miller trouxe o futebol para o Brasil, ele não tinha a intenção de instalar um "símbolo pátrio" e sim uma - então - nova forma de diversão.



Povo que considera o futebol sua razão de ser e símbolo máximo do se país é um povo submisso, de baixíssima auto-estima, sem vontade de evoluir e totalmente infantil, já que coloca a satisfação de instintos como sinônimo de "qualidade de vida".



O problema não está no futebol. Futebol é legal. O problema está em colocar o futebol muito acima do que ele é. O problema é colocar o futebol como razão de ser do brasileiro, colocar acima de qualquer coisa.



Resta saber o que será do povo brasileiro quando o futebol for extinto um dia.

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