Peço licença a Paulo pela publicação de seu texto, pois gostei da estória contada por ele. Se ele se sentir prejudicado pela publicação deste texto, que ele entre em contato comigo. Mas acredito que não há problema, pois o texto apenas mostra uma situação ignorada pela mídia, um exemplo da falta de respeito com as pessoas que não curtem futebol. O estranho que as mesmas pessoas que nos desrespeitam vivem cobrando respeito. O mesmo respeito que elas não querem nos dar. Mesmo tendo todo o respeito da mídia e da sociedade inteira. Vá entender...
"Não... devia?"
Paulo Vitorasso - Extraído da comunidade "Eu odeio Futebol", do Orkut

Até que um gerente de outra área adentrou a minha contabilidade pra tratar de um assunto desconhecido com o meu gerente a portas fechadas e saíram de lá 40 minutos depois, ambos rindo e falando do jogo e param na minha frente. LOGO NA MINHA FRENTE, PORRA!
Aí começa, fala de um jogador, de outro, o volume aumenta, eu já irritado pois precisava de atenção pra achar um erro de cálculo, até que o gerente alheio bate em cima do meu monitor - que pisca e faz eu perder a linha que eu estava contando - e:
- "Pô, gordinho, cê viu que jogão?"
E eu, com essa cara de quem ADORA ser chamado de gordinho - ainda mais depois de ter perdido uma linha de raciocínio de quase 20 minutos - respondo depois de respirar fundo e contar até 10:
- Não... devia?
- Como assim, "devia"? É a seleção brasileira, gordinho, a gente tem que apoiar e prestigiar os nossos craques!
- Olha só, amigo, não gosto de futebol, nem sei contra quem que a seleção jogou e em principal, eu tenho nome e meu nome não é gordinho, valeu?
Daí o gerente fecha a cara na hora, o meu gerente também, a contabilidade inteira me olha como se eu tivesse exibindo uma tatuagem de Hitler no peito e o gerente de fora solta a pérola do ano:
- É teu funcionário mesmo, esse carinha? Você deixa ele falar assim com quem está em cargo mais alto que o dele?
E como o meu gerente já sabe que eu não gosto de futebol e respeita isso, tirou o dele da reta. Aí ele olha pra mim, com cara de "Eu te mato, filho da puta!" e eu saio dessa com a maior educação possível:
- Se o senhor me dá licença, eu tenho que trabalhar, tudo bem? - e ainda faço a pior cara de égua-louca que eu consegui, antes de deixar ele falando sozinho.
Atraio esse tipo de coisa, só pode!
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