terça-feira, 2 de março de 2010

Para mídia, "brasileiro" e "torcedor de futebol" são sinônimos

Se existe alguém que é totalmente ignorado pela grande mídia é o brasileiro que não curte futebol. É um ser que, ou não se encontra nas estatísticas conhecidas pelos donos dos meios de comunicação ou é um rebelde que deveria se converter para se tornar obediente e curtir o esporte que a "mamãe mídia" mandou curtir.

Sabemos que o brasileiro é OBRIGADO pele mídia e pelas regras sociais a gostar de futebol. Não gostar é visto como antipatia, como mau humor, desrespeito às leis e até como ameaça. Um cara que se assume como não curtidor de futebol, se torna inimigo automaticamente.

Muita gente confunde "não gostar de futebol" com "querer acabar com o futebol". nada a ver. Eu, por exemplo, quero que o futebol exista. Ele é sadio e até enriquece a cultura de nosso país em vários aspectos. Só não consigo ficar 90 minutos olhando um imenso campo verde com vários homens empurrando com os pés uma bola que vai de um lado para o outro da imensa verdidão.

É um direito meu não gostar de futebol, assim como é direito da maioria dos brasileiros não gostar de curling. E gostaria de ser tratado como um brasileiro normal, com direitos e deveres, que come, que dorme e sorri, feliz para a vida.

A obrigatoriedade do futebol é uma coisa que vai contra a democracia. Ontem teve um simpósio sobre liberdade de expressão, organizado pela entidade capitalista Millenium, controlada pelas forças conservadoras da mídia, que pediam liberdade plena para os meios de comunicações. Esses caras têm o direito de falar sobre liberdade? Como, se eles não dão liberdade a nós, obrigando a consumir e gostar de tudo que eles jogam em nossas caras, através dos meios que eles controlam? Liberdade, para eles? E a nossa liberdade, cadê?

Uma mídia que obriga o brasileiro a gostar de futebol nunca deve ser vista como democrática. Também nessa democracia de fachada que vivemos, em que a população alegremente se torna submissa a regras sociais pré-estabelicidas pelos poderosos meios de comunicação. Tão submissa que chega a brigar para defender aquilo que absorveu da mídia e que crê ser seu "pessoal ponto de vista".

Gente, respeite quem não gosta de futebol. Não vou prejudicar ninguém que goste. Os que gostam é que são mais capazes de prejudicar quem não gosta, colocando rótulos e se afastando nos momentos mais necessários.

Não sou eu que vou contra o direito alheio. Pelo contrário. Os fanáticos por futebol é que não me dão o direito de ignorar o esporte. E eles é que se acham os coitadinhos, os rejeitados os que tem o seu "direito" limitado por caras "perversos" como eu. Como eles são coitados, se eles tem todo o apoio integral de toda a mídia e da maior parte da população?

Tenho o direito de não gostar de futebol, inclusive nas copas. Pois patriotismo pra mim, é emprego, infra-estrutura, ótimas condições de vida e amor para todos, sem distinção.

Pois o patriotismo fictício de uma bola na trave irá beneficiar unicamente os ultra-beneficiados jogadores, equipe técnica, mídia e patrocinadores. Pois do mesmo modo que acontece na política, é o dinheiro do povo que está sendo muito mal aplicado.

Para a Rede Globo que adora comparar futebol com política, eu prefiro comparar os jogadores de futebol aos políticos, que ganham muito o dinheiro pago pelo povo (ingressos) para não fazerem nada dentro de suas caríssimas mansões, rindo de seu próprio passado.

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