quarta-feira, 26 de junho de 2013

Amarelão amarela diante protestos e se dá mal

Os protestos acontecidos em todo o país pegaram os organizadores da copa e os jogadores ex-jogadores de surpresa. Acostumados a tratar o futebol como prioridade e esperar adesão maciça de quase toda a população ao esporte, foram surpreendidos com o desprezo de grande maioria da população e hostilidade por parte de algumas pessoas. Finalmente, o futebol deixou de ser visto como dever cívico, o que de fato ele nunca foi, a não ser para as mentes mais alienadas.

Como falei antes, é de interesse dos organizadores e patrocinadores da copa que o futebol seja confundido como dever cívico porque transforma o futebol em obrigação, garantindo lucros, além de imobilizar a população que ocupada com o "dever", esqueceria outros deveres. O que desta vez não aconteceu.

E essa surpresa deixou perplexos os jogadores (que preferiram a silenciosa omissão) e irritados a comissão técnica (que incluía ex-jogadores). Pelé e Ronaldo, ao invés de apoiar os protestos preferiram dizer bobagens que irritaram ainda mais a população. Blatter, capo da FIFA, queria obrigar a população a largar os protestos e ir assistir ao futebol.

Na ânsia de querer que a população aderisse aos chamados de jogadores, "cartolas" e comissão técnica, o tiro saiu pela culatra, pois revelou um caráter antipático do  mundo futebolístico, até agora somente percebido por quem nunca curtiu futebol.

Não sabemos o que será daqui em diante. Certo que o futebol não será mais o ópio do povo, deixando de ser uma obrigação pseudo-cívica para ser uma forma de diversão, verdadeira finalidade do esporte. Os que nunca gostavam poderão parar de fingir que gostam em épocas de copa. Os que nem em copa gostavam de futebol poderão ficar tranquilos, pois a algazarra dos fanáticos será menos ruidosa.

O que se sabe é que a longa festa de Cinderela que durou décadas no Brasil acaba de se encerrar. E toda a magia postiça desse esporte monótono de regras simplórias sumiu feito fumaça.

A verdadeira graça do futebol, que é o de ser uma forma de diversão legítima, é retomada e ninguém mais será obrigado a ostentar um time na carteira de identidade para ser incluído socialmente.

Tudo que eu havia falado antes acabou acontecendo. Como uma Cassandra de Troia, eu não fui ouvido. Mas foi o belíssimo cavalo abrir suas comportas que tudo mudou. 

Mas, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Principalmente o Brasil, o país. Aquele que não depende da vitória no futebol para alcançar a felicidade.

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