domingo, 28 de outubro de 2012

Todos querem ver Neymar fazendo o que não sabe

Não tem jeito. A mídia quer transformar o Neymar no novo Pelé. isso porque apenas uma: eu disse apenas UMA coisa os une que é ter jogado no Santos. E só. boa parte do "talento" de Neymar é treinado, forjado, coisa de proveta. Há muito não temos o futebol-arte, assassinado no início dos anos 90 pelo futebol-comércio. 

O que interessa é ganhar dinheiro, mesmo que para isso tenha que se fingir que o futebol-arte ainda respira, mesmo sob aparelhos. Mas é como naquele filme "Um morto muito louco", onde dois jovens fazem de tudo para que pensem que o seu patrão falecido pareça vivinho da Silva.

E Neymar, a "bola" da vez se tornou a celebridade mais bajulada pela mídia e pela população brasileira (sempre submissa á mídia) nos últimos anos. E pelo jeito, todos gostaram de enfiar o pobre coitado em todos os eventos não-futebolísticos que derem "na telha".

Clipe musical, propaganda de carro, novela, workshops e o escamba, onde você quiser e principalmente onde você não quiser, lá está a cacatua humana dando o ar da sua sem-gracice para que todos possam fingir que estão felizes. E desta forma, o Neymar só consegue passar vergonha, pagando homéricos micos.

E se como jogador, Neymar é apenas correto - apesar de bajulado como "grande jogador", a sua competência se equipara a jogadores medianos do auge do futebol brasileiro, entre o final da década de 50 e a metade da década de 80. Nada muito espetacular, nem mesmo para quem curte futebol.

Quando eu vi uma campanha pela escalação do Neymar, no programa de humor sem graça Legendários, o "Pânico na Record", achei que era piada, pois não conhecia o jogador e pensei que estavam fazendo ironia pelo fato de ser um jogador ruim. Não era. Era a primeira tentativa de hipérbole midiática em torno do jovem jogador. Daí em diante a bajulação só cresce, enchendo o saco até de quem curte o futebol, incluindo mesmo os fãs do jogador, que não devem estar nada contentes com a excessiva bajulação, com medo que prejudique a atuação em campo. Quem conhece o caso Adriano, sabe o que estou dizendo.

Sinceramente, o Brasil deveria parar de ficar procurando heróis. Na política, religião, cultura e esportes, estamos há muitas décadas tentando achar alguém que faça o papel de herói, numa figuração que compense a nossa incapacidade não assumida de resolver os nossos próprios problemas.

É melhor deixarmos o garoto em paz, fazendo apenas o que sabe fazer, dentro dos seus limites e tentar procurar o heroísmo em nós mesmos, procurando resolver os nossos problemas e parar de usar o futebol para fugir de nossas responsabilidades. Até porque bolas na trave não matam nenhuma fome. Só a "fome" de gol. O que já é demais.

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