quarta-feira, 24 de novembro de 2010

É perigoso associar esporte a Educação e a bons valores

No Brasil, país de povo submisso, obediente e fanático por modismos, acontece algo que não acontece em nenhum país. O esporte é visto como algo que vai educar a humanidade, sociabilizar pobres, drogados e excluídos e costuma ser associado aos bons valores da moral e da cidadania. E isso é muito perigoso, fatal até.

O que a maioria dos brasileiros não observa ou finge não perceber é que faz parte da atividade esportiva, duas coisas bastante negativas no que se refere às relações humanas: o egoísmo gerado pelo caráter competitivo e a agressividade.

Esporte envolve competições e competições estimulam o egoísmo. A única maneira de dissociar o esporte do egoísmo é acabar com o caráter competitivo: Ninguém ganha e ninguém perde. Saques, gols, chegadas em primeiro, nada vale ponto e muito menos é premiado. O que importa é a prática. Ninguém quer isso, pois tirar o caráter competitivo do esporte é tirar a sua graça, aquilo que empolga tanto praticantes quanto espectadores.

E a agressividade. Como ignorar agressividade numa atividade que envolve força física e berros ensurdecedores. Nunca vi ninguém praticar esporte com a serenidade de um monge tibetano. Tai-chi-chuan é esporte? Não sei não. Além disso, o esporte é o principal ato de auto-afirmação de machistas, seres naturalmente agressivos. Repararam que todo homem violento gosta de algum esporte, sem exceção?

Ah. E atleta não é herói de coisa nenhuma. A única pessoa que é salva por um atleta durante uma atividade esportiva é o próprio atleta. Estranho haver o conceito de "herói de si mesmo". Pátria? Os brasileiros nunca melhoraram suas condições de vida por causa de uma vitória esportiva. A não ser os próprios atletas envolvidos com a tal vitória.

É perigoso e irresponsável colocar no esporte uma função educacional que não pertence a ele. Já discuti com muita gente que defende essa ideia idiota, mas infelizmente consagrada. As melhores qualidades do esporte não tem alguma relação com caráter e com valores morais e intelectuais e nem tem condições de oferecerem isso. Se a sociedade brasileira estivesse certa, todos os atletas seriam intelectuais (Neymar, por exemplo, agiria e pensaria como Noam Chomsky - que aliás, é crítico do fanatismo esportivo), escreveriam livros e lançariam ideias para melhorar as condições de vida da população: isso por causa do esporte, o que seria um absurdo. Os brucutus do futebol brasileiro mostram que valores morais e intelectuais não são a especialidade deles.

Portanto é melhor deixar para o esporte o caráter exclusivamente lúdico e afastá-lo de uma vez porto das da fictícia finalidade educacional. Esporte não educa, esporte não forma caráter (deforma até, em muitos casos) e sua atividade intelectual é exclusivamente direcionada as regras impostas pela atividade esportiva (brasileiro adora regras - criar e seguir - povo carneirinho).

E que não venha nenhum atleta bebê-chorão soltando suas lágrimas ao ganhar uma partida. Atleta tem que ser firme, ter controle emocional. Choro é algo que não combina com a atividade esportiva. Deveria ter uma lei que impeça atleta de chorar publicamente em premiações, assim como existe algo semelhante no militarismo (que tem muito a ver com esporte, acreditem).

Odeio atleta que chora. Pra mim, isso é hipocrisia. Sofreu para vencer, né? Dane-se. Vitória é para rir, dar cambalhota, não para agir como criancinha orfã. Se chora é porque é um descontrolado, um desequilibrado emocional (chorar é aceitável em outras situações, mas não no esporte - é como ir de sunga para falar, no Palácio do Planalto, com o Presidente da República) É patético.

Esporte no Brasil, tem que ser tratado como esporte. Pois uma atividade esportiva nada é além disso: uma atividade esportiva. E só.

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