domingo, 11 de novembro de 2012

A confusão entre país e futebol

Como falei recentemente em outro blogue meu, fanatismo cega. O fanático confunde as coisas e coloca as suas preferência num contexto muito superior à realidade desta preferência. Isso muito comum ao fanatismo pelo futebol.

Para os brasileiros, que normalmente não são muito patriotas (não me refiro à adoração de símbolos, o que acho patético, mas a valorização das pessoas que vivem no país e dos produtos e benefícios que estas produzem), a noção de amor às coisas da terra só se manifesta nos eventos futebolísticos, infelizmente. Como se o país não fosse o Brasil, como nós conhecemos e sim 11 míseros jogadores de parca escolaridade e a missão inútil de apenas entreter as massas. Muitos até acham que vitórias no futebol trazem qualidade de vida, o que é um absurdo sem lógica.

O futebol é tão importante para os brasileiros que em vésperas de copa, os jogadores são tratados como "bravos soldados em luta pela defesa de sua população". Para um país que nunca passou por uma guerra de verdade e é famoso por ser pacífico (nem a violência crescente nas grandes cidades consegue abalar esta fama), é compreensível que a população invente uma "guerra" de mentirinha só para se sentir equiparada a outras nações.

Para piorar, é muito comum as celebridades estrangeiras - certamente orientada por produtores brasileiros - coloquem a camisa da CBF na tentativa de agradar a população (e realmente conseguem agradar), fazendo os fãs dessa celebridade  acreditarem que não é o futebol brasileiro que está sendo homenageado e sim o Brasil propriamente dito. Como se a frase "amo o futebol brasileiro" significasse "amo o Brasil e os brasileiros", coisa que não faz o menor sentido, principalmente para os brasileiros que não curtem futebol, excluídos desta "festa" toda.

A fama de idiotas que os brasileiros tem lá fora aumenta cada vez mais, agravada pelas bobagens que estamos exportando e por esta copa ridícula que está para começar. Brasileiro é considerado um povo infantilizado que prioriza brincadeiras em relação a coisas sérias e isso é motivo de piadas por todo o mundo, nada divulgadas por aqui. Até porque a mídia brasileira quer passar a ideia para nós mesmos de que estamos "corretos" e que priorizar o futebol "não é imaturidade", dando a entender que dá para ser "maduro" colocando a brincadeira acima de assuntos realmente sérios e úteis.

De Gaulle disse que nós não eramos um país sério. Os fatos confirmam isto. Já Sweig disse que seríamos o país do futuro e se matou após dizer isso. A quem deveremos dar razão?

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