quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Torcedores de futebol acusam quem não curte futebol de causar confusões em estádios

Numa sociedade que considera o futebol como maior orgulho e por consequência, uma obrigação social, é tradicional haver um rotineiro preconceito contra aqueles que não curtem futebol. 

A coisa é tão séria que muitas pessoas, principalmente as mulheres, para não serem excluídas da sociedade, fingem gostar de futebol, assumindo torcer para times cuja escalação é totalmente desconhecida. Imagine a sua história...

O preconceito contra quem não curte futebol parece não ter limites. Até porque ele é respaldado por autoridades, pela mídia e por setores respeitáveis da sociedade. É um preconceito socialmente aceito e por isso mesmo, nada combatido.

Mas parece que está indo longe demais. Se não bastasse que quem assume estar alheio a futebol é tratado como se fosse um mau caráter, agora quem não curte está sendo acusado de se infiltrar em torcidas organizadas para causar tumulto, se esquecendo que o fanatismo (gostar demais de futebol) pode causar violência, sim, como fatos ocorridos na Inglaterra podem comprovar.

Ora, imagine só, se eu vou perder meu tempo me infiltrando em torcidas ou em jogos para "desmoralizar" o futebol. Primeiro porque não sou contra o futebol (acusação frequente contra quem não curte - não curtir não significa condenar, sabiam?) e sim contra a mania constante e incessante de transformá-lo em dever cívico. Segundo, porque sou contra violência e tenho coisas muito mais interessantes para fazer do que estragar um jogo de futebol. Aliás, eunquanto od outros matam e morrem em nome de seus times, estou eu fazendo outra coisa totalmente diferente e bem mais pacífica.

Futebol como manifestação dos instintos masculinos

Interessante que é mais fácil acusar um torcedor de violento e não quem não curte. Os torcedores tem o hábito de berrarem e agirem de maneira agressiva durante os jogos. Mesmo os mais pacíficos. E não precisa nem machucar os outros. O modo de falar e as atitudes de qualquer torcedor durante qualquer jogo já sinaliza a testosterona vazando pelo sangue, com uma atitude que, se não é violenta, é no mínimo agressiva, pois não dá para discordar que para a maioria dos homens, o futebol serve para extrapolar seus instintos de masculinidade. Ou seja, é o auge da masculinidade, para quem curte.

E quem não curte, pelo contrário, costuma ser pacifista e adora sossego. Detesta esse comportamento barulhento de gritaria e fogos que há nos jogos. Porque então justamente quem não gosta é acusado de bagunçar os jogos se o comportamento belicosamente viril está presente até mesmo nos torcedores mais pacíficos. Afinal, se torcedor fosse mesmo "da paz" não berraria em plena madrugada durante os jogos das quartas-feiras.

Parem com este preconceito e aprendam a controlar seus instintos. Que tal substituir a gritaria insana por palmas, como nos shows musicais? Ou assumam mesmo que a grosseria inerente ao instinto de agressividade tipicamente masculina faz parte do futebol e de maneira enrustida é a verdadeira graça deste esporte tratado como motivo de orgulho para os brasileiros que querem se assumir socialmente como "perfeitos machos", supostos exemplos de virilidade.

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