sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Futebol é a axé-music do carioca

Quando eu morava em Salvador, notei um costume meio chato que existe por lá: se você fala mal da axé-music ou de algum ritmo derivado, você sofre preconceito, é rotulado de antipático e o nativo se sente ofendido, capaz inclusive de tomar atitudes agressivas diante quem assumiu não gostar da música favorita do nativo.

Ao voltar para Niterói, já amadurecido, notei algo similar que não havia me tocado antes de morar na capital baiana: os cariocas fazem o mesmo, só que em relação a futebol. Aqui no Estado do Rio, se você diz que não tem time de futebol é considerado ofensivo. Como se a não adesão ao futebol fosse uma atitude do tipo "eu não quero ter amigos". Como se o torcedor achasse que um não-entusiasta do futebol fosse uma ameaça à sociedade.

Isso é ao mesmo tempo um preconceito e uma falta de respeito a liberdade do outro. Não existe lei que obriga uma pessoa a gostar de futebol, mas existe lei que não obriga ninguém a fazer algo quer a lei não obrigue. Ou seja, a liberdade é um direito. Viver diferente da maioria é um direito e deve ser respeitado.

Quem não respeita os não-torcedores, não merece respeito. Respeito aliás, que os torcedores tem a rodo, abundantemente, de toda a sociedade, mídia e autoridades.

Quem precisa de respeito é quem não gosta de futebol. A esses, respeito é uma palavra tão rara...

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