quarta-feira, 12 de maio de 2010

Uma máfia chamada futebol

COMENTÁRIO DESTE BOLG: Enfim mais um que não se rende a essa hipnose coletiva imposta pela imprensa e pelas tradições sociais. O jornalista Marcos Niemeyer, amigo do blog e meu também, é alguém que sabe que futebol é apenas um lazer e que nenhuma vitória dará a verdadeira alegria para o povo brasileiro.

Reproduzo o texto dele com o maior prazer. Até porque qualquer texto que dismitifique o futebol será publicado aqui, com os devidos créditos corretamente assumidos, com honra ao mérito, já que quem não é escravo do futebol é um herói e merece nossos aplausos e louvores.

Uma máfia chamada futebol

Por Marcos Niemeyer, em 11/05/2010, do blog Cacarejadas e Ejaculadas



Faltando poucos dias para o início da Copa do Mundo, na África do Sul, o Brasil já se “veste” de verde e amarelo por conta do evento cujas dimensões extrapolam os limites da paciência de quem – a exemplo deste humílimo cacarejante – não vê no futebol algo que não seja aquele bando de marmanjos correndo atrás de uma bola.

É difícil entender como a referida prática consegue mobilizar milhões de fanáticos torcedores que, em tese, nada ganham com isso. Os jogadores e os clubes famosos, esses sim, estão a nadar no dinheiro, enquanto a maioria dos apaixonados pelo esporte anda matando cachorro a grito.

Atletas e técnicos – que em grande escala mal sabem rabiscar o próprio nome – costumam se transformar em milionários quando , com o apoio da mídia mafiosa , conseguem alcançar o estrelato.

Carrões importados, mansões, iates, mulheres externamente impecáveis e outros bens que só os de contas bancárias recheadas podem adquirir, acabam por se transformar em rotina na vida de verdadeiros trogloditas. Mas, quem paga os altíssimos salários dessas bestas “heróicas”?

Uma investigação realizada há menos de um ano pela Força Tarefa Financeira – agência internacional responsável por rastrear recursos oriundos do submundo do crime – confirmou o previsível : o crescimento cada vez maior do futebol transformou o esporte em alvo preferencial de quadrilhas de lavagem de dinheiro.

A corrente é extensa e inclui valor do passe, salários, bônus e lucros procedentes da receita dos clubes, etc. No final das contas, porém, quem paga tudo isso são os torcedores idiotas que lotam estádios, adquirem camisas e milhares de artigos com a marca das agremiações, assistem as partidas pela TV, consomem produtos escancarados nas camisas, placas publicitárias no estádios e nos comerciais televisivos durante as jornadas esportivas.

Hoje, ao ler os jornais e abrir a internet, o principal tema do dia tinha por base a convocação da Seleção Brasileira que vai disputar a Copa do Mundo na África do Sul. Nas ruas, não havia outra conversa que não fosse sobre o assunto.

Esse futebol que move paixões – menos a minha – é mesmo doentio, sobretudo em excesso. Não se respeita a lei do silêncio em dias de jogos. Buzinas disparam, foguetes pipocam nos quatros cantos e malucos de toda espécie se exaltam.

Ganhando ou perdendo, os jogadores já tem a garantia de seus altíssimos salários e não estão preocupados com dívidas a exemplo do povo miserável que os transformam em ídolos, esses mesmos figurões que, não raro, se envolvem em escândalos dos mais diversos.

Vou ficar na expectativa, como sempre faço, de que a tal Seleção Brasileira perca a Copa do Mundo e volte cabisbaixa ao chão tupiniquim. Só assim ficarei livre da gritaria infernal de torcedores, foguetórios, buzinaços e a indigesta jactância propagada pelos presunçosos narradores esportivos. Ganho mais cuidando das minhas galinhas.

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