sexta-feira, 25 de junho de 2010

O encontro de dois fanatismos

Dois grandes ícones do entretenimento mundial, tratados como absolutos e colocados muito acima do patamar que realmente pertencem, se encontrarão na mesma data, para deleite dos fanáticos: Michael Jackson e a Seleção Brasileira de Futebol.

Não que ambos não tenham valor. Somente ignorantes (e são muitos) entendem como xingação a negação de absolutismo tanto do cantor americano que completa 1 ano de desencarne hoje quanto a "entidade" conhecida como "seleção".

Assim como Jackson foi um competente hitmaker e viveu rodeado de grandes profissionais (produtores, músicos, diretores de clipes, coreógrafos), a "seleção" também tem bons jogadores, que têm o apoio de muitos patrocinadores e da mídia e da sociedade como um todo.

Em ambos os casos, a mídia se comporta de maneira bastante fanática, chegando a dedicar telejornais inteiros, tanto em um quanto em outro. Esse fanatismo é lançado para a população, que por isso mesmo acaba tratando tanto Jackson como a "seleção" como "melhores do mundo", como se não houvesse coisas melhores que eles na vida.

Tanto Jackson como a "seleção"são muito cultuados pelas classes mais pobres e por pessoas de nível intelectual baixo. Tanto as letras do cantor (para quem entende inglês) como as regras do futebol são facilmente entendidas por quem não teve (ou não quis, como é o caso de muita gente) uma boa educação.

Mas, como nos dois casos existe uma aura de suposta superioridade, para quem não tem referências culturais e esportivas melhores, ambos acabam também seduzindo muita gente de nível intelectual melhorado, mas ainda com o senso crítico atrofiado e ingenuidade bem marcante. Há quem lance mão de textos supostamente intelectualizados para defender a mitologia que cerca tanto Jackson como a que cerca a "seleção".

O que devemos observar é que dentro de um contexto limitado, Jackson e a "seleção" tem o seu valor e por isso merecem ser respeitados. Aliás, colocá-los acima do que realmente representam para o entretenimento mundial é que é um desrespeito, pois favorece a invenção de qualidades inexistentes e distorções das verdadeiras finalidades tanto de um como do outro.

Hoje, 25 de junho, além da lembrança de 1 ano de morte de Michael Jackson, é o último jogo da "seleção" na primeira fase da copa. Esperamos que a população além de simplesmente adorá-los, passasse a se informar sobre o que realmente eles representam para o mundo, para evitar besteiras como "Michael Jackson é revolucionário da música" e "a seleção representa o povo do Brasil". Frases como essas significam levar a sério demais duas coisas feitas apenas para se divertir.

A música de Jackson e a s jogadas da "seleção" nunca mudarão a vida de ninguém. São feitas apenas para uma diversão momentânea. Quando a música de Jackson e o jogo da "seleção" terminam, tudo volta como antes, provando que todo o fanatismo foi inútil.

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