domingo, 22 de setembro de 2013

Se a "seleção" não é a CBF, ela é o quê?

Quando algo irracional começa a ganhar força, muitos absurdos são ditos a respeito, na ânsia de defender certos absurdos. Durante os protestos de junho, um desses infelizes que adoram raciocinar errado, pediu respeito aos jogadores da "seleção"argumentando que eles não eram da CBF. Como assim? O que é aquele símbolo estampado em destaque na camiseta?

Para os fanáticos futebolísticos que confundem futebol com patriotismo, a "seleção" "pertence" ao povo. Num país sem guerras sérias, totalmente pacífico, há a necessidade de forjar guerras na tentativa de se sentir incluído entre os países sérios que construiram sua dignidade após muitos danos pós guerras. Por isso mesmo, os jogadores - de brincadeirinha, creio eu - são vistos como "corajosos soldados em luta pela dignidade e honrada nação brasileira". É tolice, mas muita gente, inclusive marmanjos bem crescidos, acredita nisso, já que é o "tempero" para tornar o futebol mais divertido.

Mas porque dissociar a "seleção" da CBF. mesmo que quem pague o grosso de seus gordos salários sejam os patrocinadores, eles trabalham em nome da CBF, que creio eu, deve pagar alguma ajuda de custo, além de servir de intermediário durante o pagamento recebido pelos patrocinadores. E o uniforme sempre deixa claro que a "seleção" é a CBF, atua em nome da confederação e é esta que acaba ficando com títulos e troféus guardados em suas dependências. Tolice acreditar que a "seleção" é a população.

Do contrário que os torcedores de outras seleções, os brasileiros demonstram ter vergonha de sua confederação. Os argentinos adoram o logo da AFA. Os ingleses se orgulham dos três leões do logo de sua confederação. Já os brasileiros, incrementando ainda mais a confusão entre futebol e patriotismo, preferem usar a própria bandeira nacional como símbolo da "seleção" e de seus jogadores. Isso não é mau. Isso é péssimo.

Mas a "seleção" é sim a CBF: trabalha em nome dela, segue as suas orientações e só ganha a sua gorda remuneração por decisão da CBF que vai atrás dos patrocinadores. O uniforme "canarinho" tão amado pelos brasileiros já deixa claro: a "seleção" é a CBF sim! Dissociar a "seleção"de sua confederação é o mesmo que dizer que a "seleção" não joga futebol. Joga outra coisa. Essa estranha modalidade esportiva que a população insiste em chamar de "patriotismo".

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