quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Vasco faz campanha contra o racismo. Louvável. Agora só falta fazer campanha contra o preconceito a quem não curte futebol

O time carioca Vasco da Gama está fazendo uma admirável campanha contra o racismo, afirmando ser o primeiro time a admitir negros e não-brancos no elenco de jogadores. Uma campanha mais do que louvável, que eu apoio sem hesitar e que todos os times, sem exceção deveriam se unir e difundir para o mundo. 

Racismo é uma ignorância e limitar os benefícios por causa da uma cor de pele é uma grande perda de oportunidade de conhecermos grandes pessoas de cor que ajudam a construir a sociedade com sua inegáveis qualidades e seu exemplo resultando de uma experiência de vida única que nos ajuda a crescer mais e mais. Os indivíduos de todas as etnias merecem a total felicidade do mundo. Racismo extinto imediatamente!

Mas outra campanha anti-preconceito deveria ser anexada junto a essa, já que prejudica um grupo de pessoas com a mesma crueldade que o racismo: o preconceito contra quem não gosta de futebol.

No Brasil, quem não curte futebol é desprezado, abandonado, quando não é ridicularizado. Futebol, no Brasil é tratado como obrigação social e por causa disso, muita gente que não curte futebol, se sente na obrigação de curtir e acaba abrindo mão do próprio prazer com medo de se sentir excluído da sociedade, por não "obedecer" a uma obrigação que na verdade, não é citada em uma lei sequer. Não existe lei formal que obriga alguém a gostar de futebol e o lazer deve ser sempre opcional, pelo seu caráter subjetivo.

Vamos parar de preconceito contra quem curte futebol. Mídia e autoridades devem perceber e difundir a existência de quem não está a fim de futebol. Tem que reconhecer que quem não curte futebol é tão alegre quanto quem curte; que existe outras formas de alegria e diversão que passam bem longe do futebol. Futebol é um direito, sim, mas nunca uma obrigação. nem mesmo em copas.

Ninguém é obrigado a deixar de gostar de futebol, mesmo que seja apenas para agradar a sociedade. Mas essa mesma sociedade deveria também respeitar e admirar quem não curte futebol, nunca recusando amizade e oferecendo a estas pessoas alheias ao esporte mais popular do país, opções de lazer, reconhecendo que no país da diversidade, respeitar a diversidade de gostos e de lazer é importante e indispensável.
Recusemos o racismo anti-não-brancos no futebol, mas recusemos também o preconceito contra quem não quer saber de bola rolando. Temos o direito a todos os benefícios da sociabilização, sem precisar seguir a suposta obrigação de gostar de um esporte que apesar de popular, não nos dá o menor prazer.


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