quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Gostoso é ver um pobrezinho jogar..."

Interessante. No Brasil, os esportes que alcançam alguma popularidade são os que podem ser praticados por pessoas pobres. Não sei se isso é por identificação - esportes que podem ser praticados por qualquer um - ou voltamos à Idade Média, onde os bobos da corte que divertiam as elites vinham das classes menos abastadas. Prefiro acreditar nas duas juntas.

Esportes como automobilismo, tênis, golfe, não tem muita popularidade no Brasil. Há quem goste, mas representam parcela reduzida da população. E normalmente é fácil achar quem critique estes esportes pelo elitismo. E quem critica tem o costume elitista de achar que pobre só pode vencer na vida batendo tambor ou jogando futebol. Advogado, médico, engenheiro e empresário, nem pensar, não é?

Parece que  para a população brasileira tem mais graça ver pobres praticando esportes. Parece novela, é mais emotivo. Dá para fazer aquela associação que acaba transformando atletas em heróis (de si mesmos). Não dá para fazer isso na Fórmula 1 onde os corredores, normalmente nascidos em berço de ouro, saem de suas corridas direto para suas mansões caras em algum litoral europeu. Até mesmo quem não nasceu na Europa, já que até mesmo corredores brasileiro tem castelos e mansões nas paradisíacas paisagens europeias.

Mesmo que enriqueçam depois, os praticantes de esportes de pobre como o futebol e as lutas, as pessoas adoram exaltar a origem humilde de seus atletas, dando um ar de romantismo novelesco que sempre significa final feliz para quem assiste as competições dessas modalidades.

Sinceramente, ô povo piegas e hipócrita o brasileiro. Gosta de ver pobres praticando esportes. Mas detesta ver pobres subindo dignamente por causa do intelecto de atividades mais "elitistas".

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