quarta-feira, 13 de março de 2013

A diferença entre os praticantes de atletismo e os jogadores de futebol

Conversando com uma pessoa sobre o fato dos jogadores de futebol terem origem pobre e baixa escolaridade, a pessoa com quem eu estava conversando rebateu as críticas argumentando que praticantes de atletismo, sobretudo das corridas, eram também pobres e de baixa escolaridade. Na hora não pude contra-argumentar, mas refleti sobre isso depois e cheguei a conclusão que minhas críticas aos jogadores de futebol estavam certas e faziam sentido. Vou explicar porquê.

Realmente o atletismo, em sua maioria, se caracteriza pelos praticantes de origem pobre e baixa escolaridade. Isto é fato. O problema está na influência que o atleta exerce sobre a sociedade. 

Os praticantes de atletismo não possuem a influência social que lhes garanta o poder de formar a opinião da sociedade, algo que é muito visível no jogador de futebol, praticante da mais popular modalidade esportiva do país, confundida frequentemente com patriotismo e obrigação social.

A popularidade imensa e compulsória do futebol estimula e garante um poder aos jogadores de futebol de influenciar as massas em costumes, ideias e para isso deveriam oferecer melhores exemplos de conduta e melhores ideias para quem os admira. 

Creio que para um poder de influência como o que tem um jogador de futebol, se deveria ser melhor que a sociedade, oferecer a ela uma oportunidade de crescimento pessoal, de evolução sobretudo intelectual. Mas a baixa escolaridade e os interesses fúteis dos jogadores jogam fora esta oportunidade. 

Formadores de opinião, os jogadores acabam por estimular ainda mais a estagnação intelectual e a futilização dos interesses de uma sociedade carente de valores e sedenta por  alguém que faça o papel de "herói" ou "líder": uma babá que lhes diga o que fazer.

E tendo uma confiança exagerada nos jogadores, reforçada pelas regras sociais e pela mídia, acaba se seguindo o que o jogador, tão sabido quanto uma criança esperta de 5 anos, pensa e difunde.

Por isso que há essa cobrança por uma maior intelectualização dos jogadores de futebol. A influência deles para a sociedade é grande e poderosa. Entregar as rédeas da sociedade a um bando de semi-analfabetos que mal sabem cuidar de si mesmos é o mesmo que tirar o freio de um caminhão que esteja descendo uma ladeira: desastre na certa.

Ou a sociedade aprende a ignorar os jogadores, tirando-os o prestígio social, ou exija-se deles um melhor preparo intelectual que não se limite a bolar táticas de jogo.

Estou cansado de ver gente burra ditando o que a sociedade deve fazer. São como cegos guiando cegos.

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