domingo, 28 de abril de 2013

A questão da homofobia no futebol

OBS: Ia ser ótimo haver uma verdadeira saída de armário de torcedores e jogadores para que possa sobrar mulher para caras que realmente gostam delas. Eles não gostam mesmo de suas mulheres, se casando com elas só para agradar a sociedade, ora.

Brincadeiras e protestos a parte, temos que respeitar os homossexuais, já que ninguém pode ser condenado por amar outra pessoa, seja do mesmo sexo ou não.

A questão da homofobia no futebol

Por hugo - Do site Impedimento.org Dos tabus no futebol

Este texto não é sobre a invencibilidade do Galo na Libertadores.

Quem aí está disposto a discutir a sério a homofobia no futebol brasileiro? A pergunta não é dirigida a quem ainda não conseguiu se desvencilhar do preconceito, muito menos a quem usa o discurso de ódio como objetivo de vida ou plataforma política.

A pergunta é para quem acha que a homofobia no futebol brasileiro precisa ser discutida e combatida. Estamos dispostos a começar?

Não parece fácil e o temor pelas reações contrárias talvez cale muita gente. A Coligay, torcida organizada que surgiu no final dos anos 70 nas arquibancadas do estádio Olímpico, deve ter sido mais bem compreendida na época do que atualmente, quando só é lembrada para reforçar o preconceito disfarçado de rivalidade. Se alguém pensa que a Coligay foi uma das coisas mais sensacionais que aconteceram no futebol gaúcho, diz isso apenas nos pequenos círculos de amizade.

Mas será que é tão difícil falar abertamente do tema?

É muito cedo para mensurar a reação dos torcedores mineiros à página “Galo Queer”, mas já se pode responder à pergunta acima. É relativamente simples começar.

Uma torcedora do Atlético Mineiro voltou ao Brasil depois de um tempo estudando fora – nestes estudos, teve a oportunidade de pesquisar e discutir sobre a questão da homofobia. Conversando com amigos em Belo Horizonte, acharam que seria interessante criar uma página no Facebook para dizer somos Galo e defendemos a inclusão.

A página foi criada na terça-feira (9), “descoberta” pelas redes sociais na quarta e, na manhã desta quinta, enquanto este texto era escrito, pulou de pouco mais de 1.300 seguidores para 1.670. A discussão por lá era se o grupo mantinha o escudo do Galo com as cores do movimento gay ou se o melhor era manter o alvinegro original.

A reação assustou a criadora, que prefere não se manifestar publicamente. O atleticano Idelber Avelar, professor da Tulane University, de Nova Orleans, nos Estados Unidos, disse que vai colaborar com textos para a página.

Não poderia ser diferente, houve reações raivosas dos dois lados da rivalidade local. Mas isso é o que menos importa no momento. Importa mais a iniciativa e o apoio que ela recebeu.

Em janeiro de 2012, uma torcida organizada do Palmeiras exibiu uma faixa escrita “a homofobia veste verde”, como protesto (sic) contra uma possível contratação do volante Richarlyson, do próprio Atlético Mineiro. Um grupo de torcedores reagiu com textos afirmando que a tradição do Palmeiras era de tolerância e inclusão.

A “Galo Queer” é só uma página no Facebook, pode perder força ali na frente, mas já ajuda a desequilibrar o duelo de preconceitos em Minas Gerais, pegando os torcedores raivosos no contrapé. Afinal de contas, o “costume” são ofensas racistas de cruzeirenses contra atleticanos e ofensas homofóbicas no sentido contrário.

Há quem julgue que tudo isso é uma grande bobagem, que as piadinhas e provocações fazem parte do futebol e que a ditadura do politicamente correto ameaça a diversão. É o caso de contrapor esta ideia ao fato de que, só no ano passado, 338 pessoas foram mortas por serem “queers” (dados recolhidos pelo Grupo Gay da Bahia). E que já estamos bem crescidos para conviver com as diferenças e não julgar – muito menos perseguir – ninguém por isso.

Estimular essa discussão no meio do futebol é importante, mas é preciso que mais pessoas estejam dispostas ao pontapé inicial. A página “Galo Queer”, com seus limites e as reações positivas e negativas que gerou, é um exemplo claro de que há muito o que se conversar. Como dizem os boleiros nas entrevistas antes de uma partida, tabu existe para ser quebrado.

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