Artigo de Jasson de Oliveira Andrade - Correio da Elite
Política e futebol devem se misturar? Alguns acham que sim. É o que vamos ver.
Médici ia aos estádios com um rádio de pilha no ouvido. Tornou-se, então, o ditador mais popular. Os outros ditadores, Castelo Branco, Costa e Silva, Geisel e Figueiredo, nunca foram a um estádio!
Em 1970, ainda na Ditadura, o então prefeito Paulo Maluf, nomeado por Costa e Silva, presenteou os jogadores da Seleção Brasileira, campeã naquele ano, com 25 Fuscas. Entre os campeões, Pelé e Tostão.
Agora, em 2018, um fato se destacou. Tite, treinador da Seleção Brasileira, tomou uma elogiável atitude: não misturar política com futebol. O ESTADÃO, na reportagem “TREINADOR DESCARTA QUALQUER ENCONTRO COM JAIR BOLSONARO”, noticiou:
“O técnico Tite disse ontem [4/12] que, mesmo que surja o convite, não irá se encontrar com o presidente eleito Jair Bossonaro no próximo ano antes ou depois da Copa América. De acordo com o treinador da seleção brasileira, a sua atividade “não se mistura” com a política e ele não se sentiria “confortável” com um encontro com o presidente.
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Tite mantem a postura que revelou ao ESTADO em fevereiro deste ano, ao ser questionado se iria à Brasília com a seleção brasileira por ocasião da Copa da Rússia. Afirmou à época que não iria “nem antes nem depois da Copa. Nem ganhando, nem perdendo”.
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Agora, o treinador já avisou que pretende se manter afastado do Palácio do Planalto. “NÃO (VOU ME ENCONTRAR COM O PRESIDENTE). Continuo com a mesma opinião. A minha atividade não se mistura e eu não me sinto confortável em fazer essa mistura. NÃO”.
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Tite não quis dar uma resposta direta sobre a participação de Bolsonaro na festa do título do Palmeiras. “Eu tenho opinião, mas não quero opinar, não devo opinar. Sei da minha posição, não quero”, desconversou.
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Tite foi além. Segundo ele, não se deve misturar futebol e política porque o esporte “é um meio que viabiliza princípios e uma série de outra escala de valores éticos, morais, competitivos”. “Então, da minha parte, não (misturo). Do outro, eu respeito”.
O gesto de Tite merece elogio. Realmente não se deve misturar Futebol com Política. Os exemplos de Médici e Paulo Maluf não devem ser imitados! PARABÉNS, TITE.
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JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu